quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Idéias em varejo

Por Said Forhat


O mundo vive em uma época de modas. Independente de quem começa - lutando por uma crença ou somente por dinheiro -, percebe-se uma tendência a somente entrar no fluxo e acompanhar. Fazer parte. A sociedade considerada desenvolvida assumiu valores padronizados, às vezes controlados pela mídia de massa e, ultimamente, aproveitados pelos grandes empresários para gerar lucro.

A música popular moderna é o maior símbolo da massificação. Independente da letra e da melodia, se estiver tocando na rádio mais famosa da cidade, todos estarão cantando. No Brasil, as músicas de Justin Bieber e Rihanna tocam incansavelmente, mas os inúmeros jovens que as escutam não as compreendem. País, também, onde se orgulham de cantores mirins com letras pobres e repetitivas e onde as grandes gravadoras sem dificuldade criam tendências e influências - nem sempre positivas.

Virou moda até lutar por democracia, não importando o significado dela. Juntar-se para a revolução e poder dizer "eu participei, eu lutei", mas não mudar nada social, politica e economicamente. A necessidade de ser componente de um grupo passa os limites do aceitável. Promovem a ocupação de ruas e estabelecimentos, sem causar efeito algum na população. É claro que logo estarão sendo vendidas máscaras de Guy Fawkes e placas de protesto na cor de sua preferência.

Apesar da mídia de massa depender da cultura popular, existe um claro desequilíbrio na soberania. O controle que os meios de comunicação exercem cega a população, mostrando apenas o que a eles é conveniente. É preocupante saber que até a regulação do poder, que deveria estar nas mãos do povo, se perde dentro de uma manipulação externa do capital. As idéias estão sendo vendidas em varejo e, não se preocupe!, sempre pelo preço que se encaixa no seu bolso.